quarta-feira, 2 de maio de 2012

Três poemas benedettianos


3 poemas que têm em comum um mesmo poeta que não sou eu, seu lugar, seu estilo. Respirar o ar de Montevideo é também respirar seus versos, que invadem e geram novos versos. Aqui um para ele, um com o estilo dele e outro com o que o lugar dele deixou em mim. E o choque disso com um dia em que o trânsito da cidade estava caótico. Optei por não traduzir o primeiro, fiz ele em espanhol (é o primeiro que faço em espanhol) e tem partes que se traduzisse perderia a graça. Talvez um dia eu traduza, mas agora achei legal mantê-lo assim, como saiu.
Maio é o mês em que morreu o poeta, novelista, contista, ensaista e revolucionário Mario Benedetti. No dia 17, há 3 anos. Tentarei fazer mais homenagens esse mês.
Gracias, Mario

Benedettianos
(Lucas Bronzatto)

I - Hablando con él

Ahora te comprendo um poco más
querido Mario
sos tu pais en forma de verso
Aunque no estés más aqui
tu sonrisa sigue viva
cada abuelito uruguayo tiene tu rostro simpático
dice mi amiga

El amor que tanto cantaste sigue vivo
camina y baila por las calles otoñales
Invitanos a bailar

Tu puño izquierdo sigue vivo
golpeando
en los muros de la universidad
en un verso de tu amigo Silvio en otro muro
en actos contra el olvido y por la memoria
en plaza Libertad que sigue sin baldosas

El silencio de tu pais sigue vivo
No reina más
pero sigue
abre camino a las nostalgias
y me permite comprenderte aún más
querido Mario

Tu pais invoca nostalgias
Saca nostalgias de rinconcitos de las almas
a veces casi olvidadas
a veces llenas de memoria
Los parques los cafés
las esquinas las ferias
las librerias las plazas
el hecho de mirar al mate desde arriba
y tomarlo
la cordialidad de la gente
el amor de la gente por ti
son gatillos
buenas trampas desplegadoras de nostalgias

Tu paisito de cola de paja
ha sido para mi um espejo
con una esquina rota, seguro

Me voy con nuevas nostalgias
nuevos silencios nuevas sonrisas
que con la mano izquierda
que no es la del mate y del termo
en una esquina rota del tiempo, seguro


II - (R)Evolucionismo
Como seria diferente meu país
se as pessoas pensassem menos como Lamarck
e mais como Lamarca


III - De Regreso

Faz falta andar com a garrafa térmica debaixo do braço
O ouvido estranha o português nas ruas
O verde que falta, o cinza que sobra
Já falta aquele afeto, aquele cuidado
Caminho sozinho
Tento imaginar que as ruas não são essas
Que têm corredores de árvores de folhas amarelas
ao invés de corredores de ônibus enfileirados
Mas o buzinaço me atordoa e a imaginação me escapa
Volto para o Real e o Peso está no cotidiano

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