Para
onde vai
Debaixo
da terra
nutrindo-se
das lágrimas
e
pedaços de pele arrancados
pelas
opressões onipresentes
no
presente de tanta gente
Nutrindo-se
do sangue
de
quem caiu em combate
e
de quem morreu sem saber
que
era alvo nessa guerra
Nutrindo-se
das marcas no chão
que
cada passo a frente deixa
e
que os dois passos atrás nunca apagam
Nutrindo-se
dos papéis amassados
atirados
ao chão pelos vencedores
que
contam a História
e
da saliva que carregou histórias
que
não foram pra papel algum
Nutrindo-se
das ruínas
do
que havia antes
da
globalização fincar seus totens
de
seu totalitarismo disfarçado
ser
enfiado goelas abaixo
Nutrindo-se
do que foi arrancado pela raiz
das
pedras removidas de sapatos caros
das
folhas secas e dos frutos podres
Debaixo
da terra
de
onde não se enxerga fronteira alguma
ela
cresce
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